JORNADA DE PEDIATRIA DA SOCIEDADE REGIONAL DE PEDIATRIA DO VALE DO RIO GRANDE, 26 JORNADA DE PEDIATRIA DA SOCIEDADE REGIONAL DE PEDIATRIA DO VALE DO RIO GRANDE

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RELATO DE CORREÇÃO TARDIA DE TETRALOGIA DE FALLOT EM CRIANÇA
Ana Carolina Vaz Emanuel, Paula Luiza da Silva Borba, Jussara Silva Lima

Última alteração: 18-05-2017

Resumo


Introdução: A tetralogia de Fallot é a cardiopatia congênita cianótica mais comum, caracterizada por comunicação interventricular, dextroposição da aorta, obstrução da saída do ventrículo direito e hipertrofia do VD. A apresentação clínica é variável e depende do grau de obstrução ao trato de saída do ventrículo direito, podendo levar à cianose, policitemia e hipóxia.

Objetivos: Objetivamos descrever um caso de Tetralogia de Fallot em pré-escolar, submetido à correção cirúrgica tardia, e levantar possíveis implicações do momento de escolha da cirurgia na evolução pós-operatória.

Metodologia: Realizada a revisão do prontuário, exames clínicos, laboratoriais e de imagem do paciente. Revisão da literatura a partir de 2012, com os descritores “Fallot” e “crianças de 0 a 6 anos” nas bases de dados Scielo, Pubmed e Google Acadêmico.

Relato de caso: M. H. T. M., 4 anos, masculino, pardo, admitido no HC-UFTM para correção cirúrgica de T4 de Fallot. Mãe relata que a criança apresenta quadro de astenia há 1 ano, que piora com as atividades diárias e ao esforço físico; há também episódios frequentes de síncope. Ao exame físico, BEG, A.A.A., corado, hidratado, BPP, sem edemas. Ao exame do aparelho cardiovascular, BRNF a 2T, SS panfocal (5+/6+) e FC de 104 bpm.  Ao exame do aparelho respiratório, MV+ bilateralmente, sem RA, eupneico, saturação de 99%, FR de 25 irpm, saturação de O2 91% (MSD) e 93% (MSE). Sem alterações nos demais sistemas. ECO: FE 65%, CIV de 11mm, estenose pulmonar valvar e infundibular com gradiente transvalvar de 90 mmHg. Aumento de câmaras direitas. Dextroposição da A. aorta. ECG: sobrecarga de câmaras direitas.

Discussão: Estudos apontam que o momento mais indicado para correção cirúrgica da Tetralogia de Fallot encontra-se entre 3 e 11 meses de vida, de modo a reestabelecer precocemente o fluxo e as pressões fisiológicas nas câmaras cardíacas, interromper a progressão da hipertrofia do ventrículo direito e normalizar a saturação arterial de oxigênio, evitando-se os prejuízos da hipoxemia crônica nos demais órgãos. Além disso, pode evitar complicações dos “shunts”, como distorção das artérias pulmonares e desenvolvimento de hipertensão pulmonar e a incidência de arritmias ventriculares.


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